O Projeto
Ações de recuperação e conservação ambiental e gestão territorial com aldeias Guarani do Rio Grande do Sul
O Projeto Ar, Água e Terra é realizado com dez aldeias Guarani do Rio Grande do Sul, localizadas em dez municípios, abrangendo uma área de mais de três mil hectares nos biomas Mata Atlântica e Campos Sulinos/Pampas.
As ações promovem o intercâmbio de saberes, sementes e mudas entre as aldeias; atividades como encontros, trilhas e oficinas de saberes e práticas indígenas e não indígenas; o viveirismo; a reconversão produtiva em roças e agroflorestas de segurança alimentar; a restauração florestal através do plantio de espécies vegetais nativas ameaçadas e de uso tradicional nas áreas indígenas e a gestão sustentável dos territórios.
Dando continuidade às ações e projetos já desenvolvidos com os Guarani, o Projeto Ar, Água e Terra tem como objetivo principal a recuperação, a conservação e o aumento da biodiversidade em aldeias Guarani do Rio Grande do Sul.
O Projeto visa contribuir para o etnodesenvolvimento nas áreas indígenas através de atividades como encontros, trilhas e oficinas com aldeias; viveirismo, cultivo e plantio de espécies vegetais nativas utilizadas na alimentação, saúde, confecção artesanal e em cerimônias; intercâmbio de saberes, sementes e mudas entre as aldeias; e da “educação ambiental”, abrangendo práticas como reciclagem e compostagem.
O Projeto realiza também o mapeamento, o etnomapeamento e o geoprocessamento dos dados relacionados ao território para contribuir com a gestão territorial sustentável.
O inventário das emissões e redução das emissões de gases de efeito estufa das atividades do projeto atingiu, em dois anos, o total de mais de 37 mil tCO2e captadas, concedendo ao projeto o selo Carbono Zero®.
A equipe de colaboradores do projeto é composta por indígenas e não indígenas de diversas áreas de formação e atuação. O Projeto utiliza uma metodologia de construção participativa, proporcionando a troca interdisciplinar e intercultural de conhecimentos, práticas e técnicas, sendo os Guarani protagonistas e coexecutores das atividades. Os indígenas intervêm quando as dificuldades surgem e a busca de soluções é conjunta, a partir das duas lógicas: indígenas e jurua (não indígenas).
As aldeias participantes do projeto estão localizadas em dez municípios do Rio Grande do Sul: Caraá, Maquiné, Osório, Palmares do Sul, Porto Alegre, Rio Grande, Riozinho, Santa Maria, Torres e Viamão, abrangendo as regiões centro-oeste e leste, metropolitana e litoral sul, médio e norte do estado, nas regiões fisiográficas de depressão central, encostas da serra e litoral do estado, nos Biomas Mata Atlântica e Pampa (Campos Sulinos).
Aldeias participantes:
Teko’a Yvyty Porã (Aldeia Serra Bonita) – Caraá, Maquiné e Riozinho
Teko’a Ka’aguy Pau (Aldeia Vale das Matas) – Caraá e Maquiné
Teko’a Kuaray Rese (Aldeia Sol Nascente) – Osório
Teko’a Nhuu Porã (Aldeia Campo Bonito) – Torres
Teko’a Yriapu (Aldeia Som do Mar) – Palmares do Sul
Teko’a Anhetengua (Aldeia da Verdade, Verdadeira) – Porto Alegre
Teko’a Pará Rokê (Aldeia Porta[l] do Mar) – Rio Grande
Teko’a Guaviraty Porã (Aldeia da Guabiroba Boa) – Santa Maria
Teko’a Pindo Mirim (Aldeia dos Coqueirinhos, Palmeirinhas) – Viamão
Teko’a Nhuundy (Aldeia do Campo Aberto) – Viamão
Teko’a Nheengatu (Aldeia das Boas Palavras) – Viamão
“O projeto é na verdade uma retomada de questões
que estavam um pouco esquecidas,
como a troca de sementes, de alimentos e de remédios,
o plantio de árvores e o cultivo de roças nas aldeias
A mata nativa para nós é como uma cidad
ou o mercado para os brancos,
a mata tem tudo que precisamos
e o projeto é para nós esse novo começo”
(Cacique José, Aldeia Nhuu Porã, setembro de 2011).
O projeto é executado por indígenas e colaboradores do IECAM-Instituto de Estudos Culturais e Ambientais, com o patrocínio da PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental.