Os indígenas de Ka’aguyPau (Varzinha), no município de Caraá - RS, e de Pindoty, em Riozinho - RS, estão fazendo novas Opy para suas aldeias. As casas de rezas estão sendo construídas com o apoio do IECAM através do projeto Ar, Água e Terra, patrocinado pelo Programa Petrobrás Ambiental.
Cada detalhe da construção das Opy tem um significado espiritual. Até mesmo a escolha dos materiais que formarão seu local sagrado devem estar de acordo com suas crenças e mitos. As madeiras utilizadas na estrutura são relacionadas ao sol, chamado Nhamandu mirim. É ele, também, quem determina a posição em que a Opy deve ser construída.
As paredes da casa de reza Guarani tradicionalmente são feitas de árvores nativas, amarradas por cipós e, posteriormente, preenchidas com barro. O telhado geralmente é feito com a taquara. Os índios da aldeia Pindoty, no entanto, optaram pelas folhas de coqueiro (pindó) para fazer a cobertura. Segundo o karaí Alberto, “este é o jeito antigo de se fazer Opy”.
Na Opy os guarani realizam reuniões e rituais repletos de canto, dança, fumaça do cachimbo e espirtualidade. Momentos em que buscam inspiração, sabedoria, proteção e saúde e agradecem às suas divindades. A construção das novas casas de reza demonstra que os índios possuem cada vez mais interesse em manter suas tradições, preservando assim sua bela cultura ancestral.
Para a aldeia Pindoty, especialmente, a Opy representa um reconhecimento dos indígenas para com a nova área em que vivem. Alberto (cacique) se diz entusiasmado, pois considera importante que o lugar onde vivem possua todas as características de uma verdadeira aldeia Guarani.
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